Dra. Sheila Sedicias (Ginecologista)
O parto normal é melhor para a mãe e para o bebê porque além da
recuperação ser mais rápida, permitindo que a mãe possa cuidar logo do bebê e
sem dor, o risco de infecção da mãe é menor porque há menos sangramento e o
bebê também tem menos risco de apresentar problemas respiratórios.
No entanto, a cesariana pode ser a melhor opção de parto em alguns
casos. Apresentação pélvica (quando o bebe está sentado), gemelar (quando o
primeiro feto está em posicão anomala), quando ocorre desproporção
céfalo-pélvica ou nos casos em que há suspeita de descolamento da
placenta ou placenta prévia total ocluindo o canal de parto.
Diferenças entre parto normal e
cesárea.
O parto normal e a cesariana
variam entre si relativamente ao trabalho de parto e ao período pós-parto. Por
isso, veja na seguinte tabela as principais diferenças entre parto normal e
cesárea.
Nos casos de parto normal, geralmente a mãe pode levantar logo para
cuidar do bebê, não tem dor após o parto e os partos futuros são mais fáceis, duram
menos tempo e a dor ainda é menor, enquanto que na cesárea, a mulher só pode
levantar entre 6 e 12 horas depois do parto, tem dores e os partos futuros de
cesariana são mais complicados.
A mulher pode não sentir dor durante o parto normal caso
receba anestesia peridural, que é um tipo de anestesia que é dada no fundo das
costas para que a mulher não sinta dor durante o trabalho de parto e que não
prejudica o bebê. Saiba mais em: Anestesia peridural.
Nos casos de parto normal, em que a mulher não quer receber anestesia,
este tem o nome de parto natural, e a mulher pode adotar algumas estratégias
para aliviar a dor como mudar de posição ou controlar a respiração. Leia mais
em: Como
aliviar a dor durante o trabalho de parto.
Indicações da cesárea.
A cesárea está indicada nos seguintes casos:
* Gravidez de gêmeos quando o primeiro feto está pélvico ou em alguma
apresentação anomala;
* Sofrimento fetal agudo;
* Bebês muito grandes, acima de 4.500 g;
* Bebê na posição transversal ou sentado;
* Placenta prévia, descolamento prematuro da placenta ou posição anormal
do cordão umbilical;
* Malformações congênitas;
* Problemas maternos como AIDS, herpes genital, doenças cardiovasculares
ou pulmonares graves ou doença inflamatória intestinal;
* Realização de duas cesarianas anteriores.
Além disso, a cesariana também está indicada quando se tenta induzir o
trabalho de parto através de remédios (se tenta uma prova de trabalho de
parto) e este não evolui.
O que é o parto humanizado?
O parto humanizado é um parto em que a grávida tem controle e decisão
sobre todos os aspetos do trabalho de parto como posição, local do parto,
anestesia ou presença de familiares, e onde o obstetra e a equipe estão
presentes para colocar em prática as decisões e vontades da gestante, tendo em
consideração a segurança e a saúde da mãe e do bebê.
Desta forma, no parto humanizado, a grávida decide se quer um parto
normal ou cesárea, anestesia, na cama ou na água, por exemplo, cabendo apenas à
equipe médica respeitar essas decisões, desde que não coloquem em risco a mãe e
o bebê. Para saber mais vantagens do parto humanizado consulte: Como é um parto
humanizado.